Você tem uma empresa ou serviço na área da saúde? Apareça aqui.
PUBLICIDADE

Telefones úteis em caso de emergência

SAMU
192
Corpo de bombeiros
193
Brigada Militar
190
Publicado em 11/05/2022 08:43:53

Hanseníase, uma doença marcada pelo preconceito

Trata-se de uma das 20 doenças tropicais mais negligenciadas no mundo
Crédito: Divulgação / EBC

A hanseníase é uma doença crônica e infecciosa, causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, também conhecida como bacilo de Hansen. É uma das 20 doenças tropicais negligenciadas, segundo classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda explica que as doenças negligenciadas atingem a parcela mais pobre da população e, geralmente, se encontram no hemisfério Sul do planeta, onde a pobreza é determinante importante para essas doenças. Para elas, há pouco tratamento disponível e pouco interesse da indústria farmacêutica. 

Segundo a médica infectologista Giovana Volpato Pazin Feuser, as principais características da hanseníase são surgimento de lesões na pele, geralmente avermelhadas, e alteração de sensibilidade. A primeira sensibilidade que as pessoas costumam perder é a térmica, ou seja, deixam de sentir calor e frio no local, e por último a sensibilidade tátil. Assim, a doença afeta a pele e os nervos periféricos, o que pode causar incapacidades e deformidades físicas.

Uma das dificuldades enfrentadas pelas pessoas que vivem com hanseníase é justamente o preconceito e o estigma. A transmissão se dá apenas de uma pessoa doente, sem tratamento, para outra, após contato próximo e prolongado. A doença tem cura, e o tratamento é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Durante muitos anos, as pessoas com hanseníase foram isoladas do convívio com a sociedade e levadas para viver em colônias. Criada na década de 40, a colônia Antônio Aleixo recebia pacientes de várias partes do estado do Amazonas. O local chegou a abrigar duas mil pessoas infectadas. Com o passar do tempo, a colônia foi se transformando em bairro, onde os familiares dos pacientes também passaram a viver.

A aposentada Teresinha Maia da Silva chegou à colônia ainda na adolescência. Já são 50 anos vivendo no local. Ela chegou a buscar a família, mas não encontrou apoio. Pelo contrário, conta que foi recebida com preconceito. “Procurei minha família, mas não me dei bem por causa da do preconceito. O meu próprio irmão, eu me sentei no banco, aí ele me deixou sentar, nós conversamos, quando terminou ele jogou álcool e ainda limpou o banco. Era um preconceito horrível”, lembra.

Em alguns tipos de hanseníase, não há o aparecimento de manchas pelo corpo. A doença pode atacar diretamente os nervos. Foi o que aconteceu com o militar reformado Fábio Correia, que começou a apresentar os primeiros sintomas há cinco anos. Ele estava perdendo a força nas pernas e sentia muita dor. Recebeu o diagnóstico correto em Cuiabá e faz acompanhamento no Hospital Universitário Júlio Müller, centro de referência do SUS ligado à Universidade Federal de Mato Grosso. A família é a sua maior fonte de força no tratamento e para lidar com o preconceito. “A medicação mais importante que há no tratamento é a família. E tem cura. Eu estou vencendo, todos também vão vencer com esse acompanhamento que estou tendo”, disse Fábio. 

Fonte: EBC / Agência Brasil
hanseníase
bacilo de hansen
lepra

CONTINUE SE INFORMANDO

Receba nossas notícias pelo WhatsApp