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Publicado em 26/04/2023 12:17:56

Por que receber dose bivalente da vacina contra Covid-19

Reforço aumenta em mais de cinco vezes a proteção contra casos graves da doença
Reforço com a vacina bivalente apresenta resposta imune significativamente superior

Doses de reforço ampliam a resposta imunológica e aumentam em mais de cinco vezes a proteção contra casos graves e óbitos pelo coronavírus


O Ministério da Saúde ampliou a vacinação com a dose de reforço bivalente da Pfizer contra a Covid-19 para toda a população acima de 18 anos. A recomendação, divulgada na segunda-feira (24), tem o objetivo de reforçar a proteção contra a doença e ampliar a cobertura vacinal em todo país.

De acordo com o Ministério, cerca de 97 milhões de brasileiros estão aptos a receber a versão atualizada da vacina com a ampliação do público-alvo da campanha.

Podem receber o imunizante pessoas vacinadas com pelo menos duas doses de vacinas monovalentes (Coronavac, AstraZeneca ou Pfizer) como esquema primário ou como dose de reforço, respeitando um intervalo de quatro meses da última dose.

Quem ainda não completou o ciclo vacinal e está com alguma dose de reforço em atraso, também pode procurar as unidades de saúde, de acordo com o ministério. Mais de 10 milhões de pessoas receberam a vacina bivalente, de acordo com dados disponíveis na plataforma LocalizaSUS, do ministério.

"Eu quero conclamar a união de todos pelo nosso Movimento Nacional pela Vacinação. É um movimento do Ministério da Saúde, dos estados, dos municípios e toda a sociedade civil. A ciência voltou e precisamos retomar a confiança da população nas vacinas, é uma missão de todos nós", afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Para a secretária da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, aumentar as coberturas vacinais contra a Covid-19 é prioridade. "A vacinação é fundamental para minimizar a carga e prevenir o surgimento de complicações decorrentes da doença".

Por que receber a vacina bivalente?

As vacinas bivalentes são as chamadas segunda geração do imunizante, ou seja, são aquelas que possuem em sua composição a cepa original e subvariantes da Ômicron – entenda como elas funcionam. Os imunizantes foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2022.

São dois tipos de vacinas diferentes:

Bivalente BA.1 – protege contra a variante original e também contra a variante Ômicron BA1;

Bivalente BA.4/BA.5 – protege contra a variante original e também contra a variante Ômicron BA.4/BA.5.

Tanto as doses bivalentes quanto as monovalentes, da primeira distribuição, agem do mesmo modo no organismo, estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos protetores e células de defesa contra o vírus SARS-CoV-2. Quando infectada pelo vírus, a pessoa vacinada conseguirá combatê-lo rapidamente, pois já tem imunidade.

O Ministério da Saúde esclareceu que os dois tipos de imunizantes são igualmente eficazes e capazes de oferecer proteção contra a infecção pelo coronavírus.

As vacinas bivalentes são identificadas por tampa na cor cinza. Cada frasco possui seis doses e a vacina não deve ser diluída. O reforço com a vacina bivalente apresenta resposta imune significativamente superior em comparação com a vacinação com o imunizante original da farmacêutica. As informações foram divulgadas pela Pfizer em novembro do ano passado.

Segundo o comunicado, dados atualizados de um ensaio clínico de fases 2 e 3 demonstraram uma resposta imune neutralizante robusta um mês após uma dose de reforço da vacina bivalente. A imunidade gerada foi acompanhada de um perfil de segurança e tolerabilidade semelhante entre as duas vacinas.

O desenvolvimento de vacinas atualizadas busca contemplar as mutações sofridas pelo coronavírus ao longo da pandemia. A primeira geração de vacinas foi desenvolvida a partir da cepa original do vírus, que circulava no início da pandemia, em 2020.

"Esses resultados reforçam os dados clínicos iniciais relatados anteriormente medidos 7 dias após uma dose de reforço da vacina bivalente, bem como os dados pré-clínicos, e sugerem que uma dose de reforço de 30 µg da vacina bivalente adaptada pode induzir um nível mais alto de proteção contra as sublinhagens BA.4 e BA.5 da Ômicron do que a vacina original", diz o comunicado.

Por que o reforço ainda é necessário nesta fase da pandemia

A melhora no cenário epidemiológico da doença, com a redução de casos e de mortes, leva a uma sensação de que a pandemia de Covid-19 chegou ao fim. Os dados semanais divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que na última semana epidemiológica, entre 9 e 15 de abril, foram registrados 49.140 casos e 404 mortes pela doença no país.

A definição sobre os públicos elegíveis para receber doses de reforço é feita pelo Ministério da Saúde, a partir da recomendação da Anvisa. O público apto a receber doses de reforço tem sido ampliado ao longo da pandemia de acordo com novas evidências científicas que sugerem o benefício das aplicações adicionais.

De acordo com o Ministério, as recomendações foram feitas a partir de pesquisas que demonstram que a capacidade de gerar resposta imune, chamada imunogenicidade, após aplicação de doses de reforço heterólogas, com combinação diferente de vacinas contra a Covid-19, foi adequada e superior a esquemas sem doses de reforço.

Estudos mostram que doses de reforço ampliam a resposta imunológica e aumentam em mais de cinco vezes a proteção contra casos graves e óbitos pelo coronavírus.

Uma pesquisa da Escola de Medicina da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, destaca os benefícios da dose de reforço contra a doença. As descobertas mostram como os reforços de vacinas de RNA mensageiro, como a da Pfizer e da Moderna, afetam a durabilidade dos anticorpos no organismo.

De acordo com os pesquisadores, um reforço induz anticorpos mais duradouros até mesmo entre aqueles que se recuperaram de uma infecção por Covid-19.

“Esses resultados se encaixam com outros relatórios recentes e indicam que as doses de reforço aumentam a durabilidade dos anticorpos induzidos pela vacina”, disse o pesquisador Jeffrey Wilson, da Divisão de Asma, Alergia e Imunologia da UVA Health.

Fonte: Lucas Rocha / CNN Brasil
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