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Publicado em 10/11/2024 11:37:26

Rotavírus: o que é, qual o tratamento e como se prevenir

Campus da UFFS-Cerro Largo registrou diversos casos de gastroenterite
Diarreia, vômitos e febre são alguns dos sintomas da gastroenterite (Foto: Freepik)

Em função do aumento no número de casos de pessoas com sintomas de gastroenterite (Saiba mais AQUI), principalmente ligadas ao campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em Cerro Largo, e da possibilidade desses casos terem sido provocados pelo rotavírus, é importante sabermos o que ele é, como ocorre a transmissão e os cuidados a serem tomados.

A Agência de Notícias da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - onde recentemente houve um surto de rotavírus - conversou sobre o assunto com os professores Maria Denise Schimith e Marcos Antônio de Oliveira Lobato, do Centro de Ciências da Saúde.

Confira mais informações.

O QUE É

O rotavírus é um vírus que pode causar doenças diarreicas agudas (DDA). Causador da gastroenterite (inflamação do estômago e intestinos), o vírus acomete principalmente crianças, mas pode atingir pessoas de todas as idades.

SINTOMAS

A Rotavirose pode se manifestar de diferentes modos em cada pessoa, levando em consideração a faixa etária, hábitos de vida e especificidade de cada indivíduo. Os sintomas clássicos são:

- vômitos repentinos;
- diarreia de aspecto aquoso, gorduroso e explosivo;
- náusea;
- febre;

A diarreia que acontece mais de três vezes ao dia, com fezes moles ou líquidas, é um dos principais sintomas. A dor abdominal e a indisposição também são indicadores. Se os sintomas estiverem conjuntos e envolvem febre, diarreia e vômitos, é possível que levem a pessoa à desidratação, o que torna necessário um cuidado maior.

Os sintomas da desidratação envolvem boca seca, olhos sem lágrima, urina escura, diminuição da frequência urinária e tontura. O ambiente e as condições climáticas também podem influenciar nos sintomas. Dias mais quentes favorecem a desidratação e exigem maior atenção dos pacientes.

Segundo o professor Lobato, os maiores riscos são para as crianças não vacinadas. A vacina para rotavírus humano G1P1 é indicada para crianças menores de seis anos e pode amenizar os sintomas do vírus. Além disso, pessoas debilitadas ou em uso de medicações que diminuem a imunidade também têm risco de obter sintomas mais intensos.

TRANSMISSÃO

A forma de disseminação é fecal-oral, ou seja, o vírus pode ser encontrado nas fezes de uma pessoa e, logo depois, ser transmitido para outra. A transmissão pode ser feita pelo contato direto, consumo de alimentos mal higienizados ou consumo de água contaminada. A propagação ocorre durante o período em que a pessoa que contraiu a doença tiver sintomas. Após os sintomas passarem, é importante esperar, no mínimo, 24 horas para voltar às atividades.

O banheiro é um dos locais com maiores chances de contaminação. Pessoas que estão doentes e evacuam podem contaminar os vasos sanitários, maçanetas, rolos de papel e torneiras.

Para os cuidadores de crianças, a contaminação se faz favorável. O contato com as fezes contaminadas de uma criança no momento de trocas de fralda pode transmitir o vírus. Além disso, em creches a propagação pode ser mais intensa devido ao contato direto que as crianças têm com superfícies que podem estar contaminadas e o contato físico recorrente.

Alimentos mal higienizados ou manipulados por pessoas contaminadas e águas contaminadas favorecem a transmissão. A água com cloro mata o vírus, desde que ela esteja bem armazenada. De acordo com Maria Denise, “a água da UFSM é potável. É clorada e está tranquila”.

PREVENÇÃO

A higiene é o principal modo de prevenir. Após uma pessoa contaminada utilizar o banheiro, a limpeza com cloro ou sabão é indicada. Não compartilhar toalhas ou outros itens de higiene também evita a contaminação.

Outras indicações para aqueles que já foram contaminados são: evitar aglomerações, usar máscara ao sair de casa, evitar ambientes quentes e fechados.

Alimentos, após cozidos, não são contaminados. Contudo, alimentos crus exigem maiores cuidados. É importante lavar as mãos antes de manuseá-los. Para higienizá-los é indicado o uso de água corrente e tratada, água sanitária ou desinfetantes próprios para alimentos. Atentar-se às quantidade corretas de diluição do produto é essencial.

TRATAMENTO

A hidratação é fundamental para o tratamento de doenças diarreicas agudas. Tomar uma quantidade de água superior ao que se tem costume contribui para evitar a piora do quadro. Consumir alimentos leves também é importante.

Para aqueles que apresentam febre, diarreia e vômito é indispensável a reposição de líquidos e minerais. Se tomar água for difícil, causando náuseas, o mais indicado é se dirigir às unidades de saúde para fazer a reposição com soro fisiológico. A diretora do Centro de Ciências da Saúde da UFSM, Maria Denise Schimith, indica também uma receita de soro caseiro:

"Misture em um litro de água mineral, de água filtrada ou de água fervida (mas já fria) uma colher pequena (tipo cafezinho), de sal e uma colher grande (tipo sopa), de açúcar. Misture bem e ofereça o dia inteiro ao doente em pequenas doses".

O uso indiscriminado de medicações é contraindicado, podendo levar a uma piora da condição. Segundo o Ministério da Saúde, antimicrobianos, antidiarreicos e antieméticos devem ser evitados. Evite a automedicação e consulte os profissionais de saúde.

 

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Fonte: Jessica Mocellin, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
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