Segundo dados do Ministério de Saúde, do início deste ano até a última segunda-feira (5/2), foram registradas 36 mortes por dengue no Brasil. E, diante da alta de casos do país — com aumento de 300% em janeiro —, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) alertou sobre o uso de remédios que são contraindicados em caso da suspeita da doença.
Nessa lista de medicamentos não recomendados estão os corticoides e o ácido acetilsalicílico, ou AAS, conhecido popularmente como aspirina. Ela age sobre plaquetas e, "como já tem uma queda de plaquetas na dengue, não recomendamos o uso de AAS", afirmou Alberto Chebabo, presidente da SBI, à Agência Brasil.
Chebabo destacou que, como a dengue é uma doença viral, para a qual não existe antiviral, o tratamento consiste em se combater os sintomas, utilizando analgésicos, antitérmicos e, eventualmente, remédios para vômito.
Vale lembrar que os principais sinais relacionados à dengue são febre, vômito, dor de cabeça, dor no corpo e aparecimento de lesões avermelhadas na pele. Chebabo adverte, porém, que se a pessoa tiver qualquer um dos sintomas, ela não deve se medicar sozinha e, sim, ir a um posto médico para ser examinada.
"A recomendação é procurar o médico logo no início, para ser avaliada, fazer exames clínicos, hemograma, para ver inclusive a gravidade [do quadro], receber orientação sobre os sinais de alarme, para que a pessoa possa voltar caso tais sinais apareçam na evolução da doença", aponta. Os casos devem ser encaminhados às unidades de pronto atendimento (UPAs) e às clínicas de família.
Os sinais de alarme incluem vômito incessante, que não para, não melhora e prejudica a hidratação; dor abdominal de forte intensidade; tontura; desidratação; cansaço, sonolência e alteração de comportamento; além de sinais de sangramento. "Qualquer sangramento ativo também deve levar à busca de atendimento médico”, alertou o especialista.
No entanto, a maior preocupação dever ser com a hidratação e com sintomas de que a pessoa está evoluindo para uma forma grave da doença.