No dia 14 de junho é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data é uma forma de conscientizar as pessoas em prol da doação, além de destacar a importância de uma transfusão segura.
Ainda existe medo quando se fala em doação de sangue: o da contaminação. Mas é importante destacar a segurança do processo. Com o avanço nas tecnologias e a capacitação dos bancos de sangue, o risco de se contaminar ao doar o sangue é quase que nulo, pois todo o material utilizado na coleta é estéril, de uso único e descartável. Além disso, os testes feitos no sangue doado garantem que nenhum vírus seja transmitido.
No Brasil, cerca de 1,8% da população é doadora de sangue, o que coloca o país dentro dos parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar da segurança que as doações e transfusões possuem atualmente, há cerca de 40 anos, ocorreu um episódio nos hospitais públicos da Inglaterra, onde mais de 30 mil pessoas que receberam transfusões de sangue foram contaminadas e contraíram vírus como HIV e Hepatites B e C. As infecções ocorreram porque evidências foram ignoradas na época e os processos que garantiriam a segurança do material não se tornaram obrigatórios por elevarem os custos. Esses processos podem ser exames, que são feitos em todo o sangue doado.
Atualmente, na maioria dos Centros de Hematologia e Hemoterapia o material coletado é submetido a diversos testes, como de hepatites B e C; sífilis; chagas; HIV I/II e HTLV I/II.
Os objetivos da campanha deste ano, são:
– celebrar e agradecer às pessoas que doam sangue e incentivar mais pessoas a começar a doar;
– aumentar a conscientização sobre a necessidade urgente de aumentar a disponibilidade de sangue seguro para uso onde e quando for necessário para salvar vidas;
– demonstrar a necessidade de acesso universal à transfusão de sangue segura e promover seu papel na prestação de cuidados de saúde eficazes e na obtenção de cobertura universal de saúde;
– mobilizar apoio nos níveis nacional, regional e global entre governos e parceiros de desenvolvimento para investir, fortalecer e sustentar programas nacionais de sangue.
O sangue é insubstituível e não é produzido artificialmente: somos a única fonte de matéria prima para uma transfusão. A doação é o processo pelo qual um doador voluntário tem seu sangue coletado e armazenado em um banco de sangue ou hemocentro, para uso subsequente em transfusões de sangue. É um composto de células que cumprem funções como levar oxigênio a cada parte do corpo, defender o organismo contra infecções e participar na coagulação.
A quantidade de sangue retirada não afeta a saúde do doador, pois a recuperação ocorre imediatamente após a doação. Uma pessoa adulta tem, em média, cinco litros de sangue e em uma doação são coletados no máximo 450 ml. É pouco para quem doa e muito para quem precisa!
Todo sangue doado é separado em diferentes componentes (hemácias, plaquetas, plasma) e, assim, pode beneficiar vários pacientes com apenas uma unidade coletada. Os componentes são distribuídos para os hospitais para atender aos casos de emergência e aos pacientes internados.
Pré-requisitos para ser doador de sangue:
– levar documento de identidade com foto e órgão expedidor;
– estar em boas condições de saúde;
– ter entre 16 a 69 anos de idade (de 16 a 17 anos com autorização do responsável legal);
– idade até 60 anos, se for a primeira doação;
– intervalo entre doações de sangue de 90 dias para mulheres e 60 dias para homens;
– pesar mais do que 50 kg;
– não estar em jejum;
– após o almoço ou jantar, aguardar pelo menos 3 horas;
– não ter feito uso de bebida alcoólica nas últimas 12 horas;
– não ter tido parto ou aborto há menos de 3 meses;
– não estar grávida ou amamentando;
– não ter feito tatuagem ou maquiagem definitiva há menos de 12 meses;
– não ter piercing em cavidade oral ou região genital;
– não ter feito endoscopia ou colonoscopia há menos de 6 meses;
– não ter tido febre, infecção bacteriana ou gripe há menos de 15 dias;
– não ter fator de risco ou histórico de doenças infecciosas, transmissíveis por transfusão (hepatite após 11 anos, hepatite b ou c, doença de chagas, sífilis, aids, hiv, htlv i/ii);
– não ter visitado área endêmica de malária há menos de 1 ano;
– não ter tido malária;
– não ter diabetes em uso de insulina ou epilepsia em tratamento;
– não ter feito uso de medicamentos anti-inflamatórios há menos de 3 dias (se a doação for de plaquetas).