Por Debora Schuh Wenzel (*)

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), "a saúde é um estado de completo bem-estar, físico, mental e social e não consiste apenas na ausência de doença". A saúde mental está relacionada à forma com que as pessoas enfrentam as situações da vida, como novos desafios, mudanças e conflitos. Pessoas mentalmente saudáveis são resilientes e conseguem lidar mais facilmente com emoções, como alegria, tristeza, raiva e frustração.

A saúde mental tanto no Brasil quanto no mundo é preocupante, visto que nos últimos dez anos o número de pessoas com depressão aumentou aproximadamente 19%, isso corresponde a 322 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, 12 milhões de pessoas sofrem com a doença, perdendo apenas para os Estados Unidos. Estima-se que entre 20% e 25% da população teve, tem ou terá depressão. Os transtornos de ansiedade afetam 19,4 milhões de brasileiros e representam 9,3% da população nacional, ocupando o primeiro lugar no ranking mundial.

Ao longo da vida, qualquer pessoa pode desenvolver problemas mentais, que podem se apresentar como sintomas transitórios ou como transtornos. As causas para estas doenças são diversas, algumas delas são fator genético, condições socioambientais, grandes mudanças ou fases diferentes de vida como adolescência, menopausa e envelhecimento.

Pensamentos negativos constantes, sentimento de culpa e inutilidade, baixa autoestima, tristeza e falta de ânimo para a realização de tarefas diárias são os principais sintomas da depressão. Ao contrário do que muitos pensam, existem pessoas deprimidas que conseguem manter uma vida funcional e demoram para perceber que estão doentes, o que agrava o quadro, podendo levar o indivíduo a uma depressão grave.

Nos transtornos de ansiedade os sintomas mais recorrentes são preocupações e medos exagerados, sensação de que algo ruim vai acontecer, falta de controle sobre pensamentos ou comportamentos, incapacidade de relaxar, taquicardia e sudorese. Sentir ansiedade em situações desafiadoras no dia a dia é natural, no entanto quando esta sensação se transforma em um sintoma incapacitante é necessário buscar tratamento.

Manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos com regularidade, manter relacionamentos afetivos saudáveis ou praticar meditação são recursos que auxiliam na melhora do sofrimento psíquico. No entanto, isoladamente, não são considerados tratamentos e não têm poder de cura.

Infelizmente, o estigma social em relação à saúde mental ainda é um obstáculo. Os indivíduos com transtornos mentais, além de lutar contra os sintomas, precisam lutar contra o preconceito.

Transtornos mentais interferem na autonomia e na qualidade de vida, e em casos mais avançados podem ser incapacitantes. Por isso é necessário buscar tratamento com profissionais qualificados. O Tratamento combinado, psicólogo e psiquiatra, é cientificamente o mais eficaz para casos mais graves.

A Terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem focada no presente, na resolução dos problemas que o paciente está enfrentando no dia-a-dia, por isso é uma das mais eficazes no tratamento da maioria dos transtornos mentais. A TCC é bastante clara, específica e direta, e tem como objetivo identificar padrões distorcidos de pensamentos, emoções e comportamentos. Geralmente são sessões semanais, com duração de 50 minutos cada.

A TCC é uma psicoterapia é baseada na comprovação científica, trabalha com colaboração mútua, é educativa e almeja que o paciente possa ser seu próprio terapeuta ao término do tratamento. Ao longo das sessões, é estabelecido um vínculo terapêutico que auxilia na relação entre o paciente e o terapeuta.

* Formada em Psicologia pela PUC (RS); Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo CPAF (RJ). Atuou com atendimento clínico em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Atualmente atende em Cerro Largo (RS), na rua Sete de Setembro, 854 (2° andar). Seu contato para agendamento de consultas é (55) 9.9663.1460.