Um caso de morte durante um exame de ressonância magnética acendeu alerta neste sábado (26/10). O empresário Fábio Mocci Rodrigues Jardim, de 42 anos, morreu durante o procedimento realizado na cabeça em uma clínica em Santos, no litoral paulista, na tarde da última terça-feira (22).
A viúva de Fábio, Sabrina Altenburg Penna, afirmou que o marido sofreu uma parada cardiorrespiratória na sala do exame. A ressonância magnética (RM) é um tipo de exame de imagem cada vez mais utilizado nos dias de hoje.
"Ela funciona à base de grandes ímãs que criam um campo magnético, permitindo formar imagens bem detalhadas do corpo humano. É diferente da tomografia, por exemplo, que usa radiação ionizante. A ressonância usa de ondas eletromagnéticas", explicou Douglas Racy, chefe de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Apesar de amplamente recomendada pelos médicos em hospitais e clínicas, o exame pode levantar algumas dúvidas, como se ele oferece riscos, possui contraindicações e efeitos colaterais.
Em conversa com a CNN, o clínico geral Marcelo Bechara explica que a ressonância magnética é um exame "extremamente seguro", mas que assim como todo procedimento, pode oferecer riscos se não for bem executado.
"O pior deles seria a interferência com dispositivo metálico, por conta do campo magnético. Essas interferências podem ocorrer com dispositivos como marca-passo e implantes cocleares". Douglas Racy ainda atenta para o uso clipes de aneurismas intracranianos, que dependem da marca para saber de podem ser utilizados durante o exame.
De acordo com o especialista, pacientes que apresentem claustrofobia, ou seja, medo irracional de ambientes fechados, também podem "sofrer" com o exame, que ocorre em ambiente fechado. Outra reação pode acontecer referente ao contraste. Mesmo assim, o médico aponta que é difícil pacientes apresentarem reação alérgica à substância.
Marcelo Bechara e Douglas Racy elencam algumas contraindicações do exame:
Insuficiência renal – para uso do contraste;
Alergia ao agente paramagnético gadolínio, que compõe o contraste;
Presença de dispositivos eletrônicos ou metálicos incompatíveis;
Implantes metálicos não certificados para ressonância;
Gravidez no primeiro trimestre;
Claustrofobia severa sem sedação.
Os profissionais também apresentam alguns possíveis efeitos colaterais. São eles:
Desconforto e ansiedade extrema em ambientes fechados;
Reação alérgica leve ao contraste;
Fibrose sistêmica no rim.
Ressonância magnética: exame pode causar uma parada cardiorrespiratória?