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Publicado em 10/12/2024 17:46:24

Vírus do HPV é silencioso e pode causar câncer

Objetivo do Ministério da Saúde é vacinar 90% do público-alvo
Imagem meramente ilustrativa (Foto: Canva)

Silencioso, o HPV (Papilomavírus Humano na sigla em inglês) é transmitido durante as relações sexuais e pode causar câncer, em especial de colo de útero. Por isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem vacina para imunização desde 2014. 

A doença é o terceiro tumor mais incidente e a quarta maior causa de morte entre as mulheres brasileiras, com cerca de 17 mil novos casos e 7 mil óbitos anuais.

Por isso, o objetivo do Ministério da Saúde é vacinar 90% do público-alvo, composto por meninas e meninos de nove a 14 anos. 

Existem mais de 150 variantes do vírus, dos quais os tipos 6, 11, 16 e 18 são os mais comuns e apresentam maior potencial de desenvolvimento cancerígeno. E apesar da repercussão grave mais frequente do HPV ser o câncer de colo de útero, o vírus também pode causar câncer no pênis, ânus, boca e garganta. 

Dados do começo de dezembro mostram que o Brasil está próximo de alcançar a meta de vacinação contra o HPV. Em 2023, quase 85% do público-alvo já tinha sido vacinado e, entre os adolescentes com 14 anos, a cobertura passou de 96%.

Já entre as crianças de nove anos, o alcance ainda está aquém do desejado, com menos de 69% deles imunizados. Para isso, é preciso aumentar a imunização nas crianças e adolescentes do sexo masculino: desde 2014, a proporção de meninos que receberam uma dose da vacina foi 24,2 pontos percentuais a menos do que a de meninas.

 

Onde se vacinar contra o HPV?

A vacina contra o HPV tem como foco as duas variantes do vírus que mais resultam no desenvolvimento de algum câncer: os tipos 16 e 18. 

No SUS, a dose é não-obrigatória, mas recomendada, e a aplicação se concentra nas crianças e adolescentes. O imunizante estimula o desenvolvimento de anticorpos e, caso ocorra infecção, os casos tendem a ser mais leves e menos perigosos.

Os locais de vacinação pelo SUS incluem unidades básicas de saúde, estratégias de saúde da família e centrais de vacina dos municípios. 

O Ministério da Saúde indica a aplicação para os seguintes grupos: 

- Vítimas de abuso sexual de nove a 14 anos (homens e mulheres) que não tenham recebido a vacina HPV ou estejam com esquema incompleto;
- Vítimas de abuso sexual de 15 a 45 anos (homens e mulheres) que não tenham tomado a vacina HPV ou estejam com esquema incompleto ;
- Meninas e meninos de nove a 14 anos, com esquema de duas doses;
- Mulheres e homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de nove a 45 anos.

Quem não está nesses públicos e deseja se vacinar tem acesso às doses em clínicas de vacinas privadas e/ou campanhas de vacinação específicas ao tema. 

Mesmo sem a vacina, é possível prevenir com o uso da camisinha, uma vez que o vírus pode ser contraído mesmo que não ocorra penetração na relação. Isso porque a contaminação acontece a partir do contato com secreções genitais de alguém já infectado. 

"Embora não proteja 100%, a camisinha é uma forma importante de prevenção não só para o HPV, mas para outras Infecções Sexual Transmissíveis. Estas outras ISTs danificam e propiciam o risco de outras infecções, como o HPV", explica Rafaela Rocha, Infectologista do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Fonte: GZH
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