Como consequência das chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o dia 29 de abril, hospitais de campanha foram montados pelo Governo Federal para auxiliar pessoas feridas e desabrigadas. No momento, os municípios de Estrela, Canoas e São Leopoldo foram contemplados pelas estruturas.
O número de mortos em razão dos temporais no estado chega a 83, segundo o boletim divulgado pela Defesa Civil na tarde desta segunda-feira (6/5). O número deve aumentar, pois quatro outras mortes são investigadas. 111 pessoas estão desaparecidas e 291 feridas.
Estrela: o município do Vale do Taquari, a cerca de 100km de Porto Alegre, tem um hospital de campanha montado desde domingo (5). De acordo com o Governo Federal, a unidade conta com enfermaria, 40 leitos dois consultórios para atendimento e um para triagem. O espaço foi cedido pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) e é operado pelo Exército. Na cheia do Taquari, o nível do rio atingiu 31,2 metros, superando a maior alta registrada até então, que era de 29,9 metros, em 1941.
Canoas: as Forças Armadas também conduzem a instalação de um hospital de campanha no município de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, onde cerca de 180 mil pessoas foram atingidas pelos temporais, segundo a prefeitura. O módulo foi transferido para Estrela, e uma nova estrutura deve ser alocada no município.
Além dos municípios mencionados, o comandante do Comando Conjunto Sul da Operação Taquari 2, general Hertz Pires, afirmou no domingo (5) que uma estrutura deve ser montada em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, para operar ainda no início desta semana.
O Governo Federal também anunciou no domingo (5) que fará o envio de 20 kits de insumos e medicamentos, que devem atender 30 mil pessoas em um mês. Além disso, foi confirmada a antecipação do programa Bolsa Família para todo os beneficiados no estado, além da autorização do saque calamidade do FGTS.
Além das mortes causadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul desde 29 de abril, 364 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 873 mil pessoas.
O último levantamento da Defesa Civil, na tarde desta segunda-feira (6), aponta que 149,3 mil pessoas estão fora de casa, sendo 20 mil em abrigos e 129,2 mil desalojadas (nas casas de familiares ou amigos).
Em razão disso, o governo decretou estado de calamidade, situação que mobilizou autoridades de Brasília ao Rio Grande do Sul. Com a medida, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.
Na Capital, as principais rotas de acesso e saída estão bloqueadas. Além disso, o aeroporto Salgado Filho está fechado por tempo indeterminado, assim como a Rodoviária de Porto Alegre.
A causa das chuvas está associada a três fenômenos, de acordo com os meteorologistas: correntes intensas de vento, um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.