Menopausa é definida pela ausência completa de menstruação por 12 meses consecutivos
Entre os 45 e 55 anos de idade, é comum que as pessoas com útero vivenciem seu último ciclo menstrual, marcando o final da fase reprodutiva feminina. Essa ausência permanente de menstruação, por 12 meses consecutivos, é conhecida como menopausa.
Como forma de conscientizar e oferecer apoio às pessoas passando por esse período, o Dia Mundial da Menopausa é celebrado anualmente em 18 de outubro.
Comumente, a menopausa é associada a sintomas como ondas de calor, alterações sexuais e de humor, mas especialistas explicam que, na verdade, essas queixas fazem parte do climatério — período de transição da fase reprodutiva para a fase de pós-menopausa.
Apesar das manifestações clínicas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define o climatério como uma etapa biológica e não patológica.
Mesmo não sendo considerado uma enfermidade, a ginecologista e obstetra Camila Cambiaghi ressalta que durante esse momento “as mulheres apresentam inúmeras necessidades de prevenção de doenças e de promoção de saúde, e os médicos devem estar atentos a uma série de condutas direcionadas à otimização da qualidade de vida”.
O climatério é provocado pela diminuição das funções ovarianas, associadas à produção dos hormônios estrogênio e progesterona. A menopausa é uma consequência desse processo, quando ocorre a falência total do ciclo e se encerra a menstruação.
"Todas as mulheres nascem com uma reserva de folículos ovarianos, que são estimulados, desenvolvidos e atrofiados a cada ciclo menstrual, que acontecem durante aproximadamente 40 anos da vida fértil da mulher", descreve o médico endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein Lucas Moura.
Como a principal causa do climatério e da menopausa é a diminuição dos hormônios femininos, uma estratégia utilizada para driblar os sintomas desse período é a reposição hormonal, também conhecida como terapia hormonal.
Basicamente, a ideia é repor os hormônios que antes era produzidos pelo ovário, explica o endocrinologista. Essa reposição pode ser feita por diferentes métodos, como comprimidos, géis, adesivos ou implantes subcutâneos.
"Cada um com suas diferentes apresentações, tipos de hormônios, doses e particularidades, que devem ser indicadas e discutidas individualmente com cada paciente, direcionados pelo histórico médico, queixas e características de cada uma", explica o médico.
Segundo informações do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, a terapia hormonal é indicada somente para mulheres que apresentem sintomas e não tenham contraindicações, sendo associada a acompanhamento médico.
São consideradas contraindicações absolutas, de acordo com a UNA-SUS/UFMA, pacientes que têm ou tiveram:
- Câncer de mama;
- Câncer de endométrio;
- Doença hepática grave;
- Sangramento genital não esclarecido;
- História de tromboembolismo agudo e recorrente;
- Porfiria.
Além destas, o tratamento também pode ser considerado para pacientes com hipertensão arterial não controlada, diabetes mellitus não controlada, endometriose e miamatose uterina.
Seguindo as recomendações, Moura ressalta que a terapia hormonal “aumenta a expectativa de vida, reduz risco cardiovascular, reduz osteoporose e fraturas, reduz risco de câncer de cólon intestinal, reduz risco de demência e aumenta a qualidade de vida”.
Além da reposição de hormônios, a médica Camila Cambiaghi lista uma série de dicas que podem ajudar a lidar com os sintomas do climatério. Confira:
Ondas de calor e suores noturnos - Tente identificar o que desencadeia suas ondas de calor. Para muitas mulheres, os gatilhos podem incluir bebidas quentes, cafeína, alimentos condimentados, álcool, estresse, clima quente e até mesmo um quarto quente. Faça atividade física, isso ajuda muito.
Desconforto vaginal - Experimente um lubrificante vaginal ou hidratante. E não deixe de relatar essa queixa ao seu médico!
Insônia - Evite a cafeína, que pode dificultar o sono, e evite beber muito álcool, que pode interromper o sono. Não exagere no jantar, faça atividade física. Diminua o uso de equipamentos eletrônicos: deixe seu celular descansar um pouquinho também.
Incontinência urinária - Fortaleça seu assoalho pélvico. Exercícios musculares do assoalho pélvico, chamados exercícios de Kegel, podem melhorar algumas formas de incontinência urinária.
Fadiga - Uma das melhores maneiras de se combater o cansaço é praticando atividade física. Quanto mais você se movimenta, mais energia terá a sua disposição. Além disso, a reposição adequada de vitaminas também pode ajudar. Tenha uma boa higiene do sono: é muito difícil estar disposta se não se dorme bem. Gerencie o estresse, que pode contribuir para o cansaço — técnicas de relaxamento e meditação podem ajudar.
Queda de cabelo - Na hora de lavar e hidratar os cabelos, é importante dar preferência a produtos de qualidade. Uma alimentação balanceada também pode auxiliar no crescimento dos fios. Procure controlar o estresse, pois ele pode influenciar a queda de cabelo. Verifique se está recebendo a quantidade adequada de vitaminas e, se necessário, faça suplementação. Se perceber uma queda acentuada de cabelo, não hesite em procurar um médico para orientação. Em alguns casos, pode ser necessário o acompanhamento de um tricólogo, especialista em problemas do couro cabeludo e regeneração capilar.
Os avanços no tratamento da menopausa
Menopausa: o que é terapia de reposição hormonal