Os casos de dengue são sempre uma preocupação para os setores de vigilância em saúde dos municípios. Nos últimos dias, a região das Missões voltou a ser destaque pelo surgimento de novos casos de dengue
De acordo com o coordenador regional da 12ª CRS (Coordenadoria Regional de Saúde), Rodrigo Reis, no momento a maior preocupação está com os focos de Cerro Largo.
Já são 61 casos positivos confirmados no município (desde dezembro de 2023). Deste total, há dois casos aguardando resultados do Lacen; 54 pacientes estão recuperados; havendo portanto, sete casos ativos (dados até a manhã de hoje, 1º de fevereiro).
Porém, segundo Rodrigo, o trabalho é feito em todos os demais municípios da região, como forma preventiva. "A gente tem percebido que se agravam os casos de dengue muito em função do manejo clínico pouco eficiente ou não observado na atenção básica e até em hospitais. Ano passado a gente teve 33 mil casos e mais de 55 mortes, quase metade dos casos do ano anterior e praticamente o mesmo número de mortes (66 mil casos e mais de 60 mortes), o que tem mostrado que o manejo clínico é muito importante para que não se agrave a situação dos pacientes com dengue. Inclusive esse tema será abordado em uma reunião técnica neste dia 31, através da plataforma Teams, com profissionais da área de APS da região missioneira. A meta é a busca constante da evolução das equipes que atuam neste atendimento, visando melhorar os índices cada vez mais".
Na manhã dessa quinta-feira (1º/02), no Gabinete do Prefeito de Cerro Largo, ocorreu uma reunião com a presença do coordenador da 12ª Coordenadoria Regional de Saúde, Rodrigo Reis, quando foi montado um plano de contigência para ser aplicado no município.
No momento, a maior preocupação é com o bairro Santo Antônio, área da cidade com o maior número de casos registrados até o momento.
A partir deste plano, serão feitas aplicações de inseticida e tomadas as demais medidas preventivas, para evitar um aumento exponencial de casos em Cerro Largo.
Em 2022, o Estado registrou seus maiores índices da doença em toda a série histórica. Foram mais de 57 mil casos autóctones e outros 11 mil casos importados. Ao todo, foram registrados 66 óbitos pela dengue no ano passado.
A Secretaria Estadual da Saúde atualizou na terça-feira (30/01) os dados do painel de monitoramento dos casos de dengue no Rio Grande do Sul, em 2024. De acordo com a pasta, o mês de janeiro tem, até o momento, 1.622 casos confirmados de dengue no estado. O número é 1.018% maior do que em janeiro de 2023, quando foram diagnosticados 145 casos de dengue. Desde que o painel foi criado, em 2015, o mês de janeiro com maior número de casos havia sido em 2022, com 303.
Dos 497 municípios do RS, 466 estão em situação de infestação de acordo com a SES. Historicamente, as semanas 16 e a 18 são as que concentram o pico do número de casos no RS. Neste ano, o alto número já foi atingido nas semanas 4 e 5. Nenhum óbito foi confirmado até o momento no Estado.
Apesar do crescimento no número de casos, o Rio Grande do Sul ficou de fora da primeira fase da vacinação contra a dengue em 2024, calendário de imunização divulgado no último dia 25 de janeiro. Segundo o Ministério da Saúde, o cenário epidemiológico da doença será novamente analisado para avaliar a possibilidade de incluir o RS nas estratégias de vacinação para 2025. A vacina contra a dengue, no entanto, também é disponibilizada na rede privada.