O Ministério da Saúde lançou, ontem (27/7), a campanha de enfrentamento às hepatites virais. No evento, o ministro Marcelo Queiroga e o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, alertaram sobre a importância de a população buscar diagnóstico e destacaram ações da pasta para combater as hepatites A, B e C e reduzir sua incidência no Brasil.
"A questão das hepatites é um problema de saúde pública. No passado, hepatites eram a principal causa de transplantes hepáticos. Hoje, em função das políticas públicas, passou a ser a esteato-hepatite crônica, já que temos maneiras efetivas de diagnosticar precocemente, de tratar com antivirais, de [aplicar] vacinas, de utilizar a força das políticas públicas para reduzir esse importante problema", disse Queiroga.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece cuidado integral a todos os pacientes com hepatites virais, da prevenção ao diagnóstico e ao tratamento. A melhor forma de prevenção contra as hepatites A e B são as vacinas disponibilizadas gratuitamente conforme o calendário vacinal. As hepatites B, C e D têm tratamento ofertado pelo SUS. Os medicamentos disponibilizados pela rede de saúde pública garante a cura para até 95% dos pacientes de hepatite C, para a qual não há vacina disponível.
Entre as ações do SUS para combater as hepatites virais, está a dispensa do exame de genotipagem para tratamento da hepatite C. Para o tratamento da hepatite B, foi acrescentada uma alternativa terapêutica, com a oferta de comprimidos de tenofovir alafenamida.
Além disso, o poder público promoveu ações em conjunto com a sociedade civil. Foram selecionadas dez organizações das cinco regiões do Brasil para ações de enfrentamento. Nesse contexto, foram testadas mais de 12 mil pessoas e realizadas milhares de atividades nas comunidades.
As regiões Norte e Nordeste, juntas, representam 55,4% de todos os casos de hepatite A notificados entre 2000 e 2021. Houve, no entanto, redução de 95,6% na taxa de incidência da hepatite A no Brasil. Em 2021, foram registrados 0,2 casos por 100 mil habitantes.
Segundo o Ministério, as taxas de transmissão de hepatite B também têm caído em todo o país. Em pouco mais da metade dos casos, a transmissão ocorreu em relações sexuais. No caso da hepatite C, quase 40% das transmissões ocorrem por relação sexual; o uso de drogas representa pouco mais de 20% das transmissões. A hepatite D é a que tem menor número de casos. A Região Norte concentra a maioria deles.
Doença
Hepatites virais são infecções que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes, são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando presentes, elas podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
A transmissão das hepatites se faz por via sexual e pela transmissão da mãe para o filho, no caso do tipo B; e pelo compartilhamento de material perfuro/cortante, que tenha sido contaminado com sangue do indivíduo com o vírus, para a C.
Há 40 anos, as medidas de precaução não eram conhecidas, entre as quais, não compartilhar tesourinhas e alicates em salões, sem higienização adequada; e não usar seringas e agulhas não descartáveis.