Após dias de onda de calor sufocante, a temperatura volta a cair em algumas regiões do Brasil; veja como o corpo reage
Depois de dias em uma onda de calor sufocante, que atingiu diversos estados do Brasil nas últimas semanas, a temperatura voltou a cair. De acordo com a previsão meteorológica, a chegada de uma frente fria nesta sexta-feira (22/03) deve fazer os termômetros despencarem na região Sul e Sudeste, o que favorece o aparecimento de infecções respiratórias e crises alérgicas.
"Quando há uma mudança na temperatura, com uma redução brusca, acontece uma modificação nas características da secreção das vias aéreas, o que pode desencadear uma crise de asma em quem já tem o diagnóstico, causando tosse, falta de ar, chiado no peito, entre outros sintomas", explica Gustavo Prado, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Além das crises asmáticas, esses sintomas também podem se manifestar em pacientes com DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e com rinite alérgica, segundo o especialista.
Os resfriados e gripes são comuns diante da mudança brusca de temperatura. "Todas as doenças virais, principalmente os vírus respiratórios, têm um componente de sazonalidade. Então, nessa época do ano [outono e inverno], seja pelo aumento da circulação do vírus, seja pela aglomeração de pessoas em lugares fechados por chuva ou pela queda de temperatura, há uma maior transmissão de vírus respiratórios, como resfriados, gripes e pneumonias, que podem se tornar mais frequentes", afirma Prado.
Não é somente a queda brusca de temperatura que pode desencadear doenças respiratórias. Eventos climáticos extremos, como tempestades fortes e enchentes — como as que atingiram o Rio Grande do Sul na madrugada de quinta-feira (21/03) — também representam riscos para a saúde, conforme explica Prado.
"Grandes chuvas e alagamentos estão relacionadas à ocorrência de diversas doenças. Do ponto de vista respiratório, a proliferação de bactérias e de mofo em um ambiente com mais umidade pode provocar o desenvolvimento de sintomas respiratórios", afirma o pneumologista.
Por outro lado, em períodos de baixa precipitação, ou seja, sem chuvas, também há um aumento considerável da concentração de poluentes na atmosfera. "Quando passamos por um período razoavelmente longo sem chuva, também há um aumento desses poluentes que pioram as doenças pulmonares, além de piorarem o quadro de doenças cardiovasculares e metabólicas", afirma.
A boa notícia é que tem como se proteger da mudança brusca de temperatura e prevenir essas doenças respiratórias com algumas medidas simples. No ambiente doméstico, por exemplo, é importante manter uma boa ventilação, mantendo as janelas abertas mesmo em dias frios.
Já em ambientes fechados, com sistema de ar-condicionado, é importante se certificar de que a manutenção do aparelho seja feita de forma adequada para evitar a proliferação de bactérias e fungos nos filtros de ar.
Além disso, manter uma alimentação equilibrada é fundamental para que o organismo se fortaleça contra infecções respiratórias, salienta Prado. Quem já é diagnosticado com doenças pulmonares, é fundamental seguir o tratamento correto também.
Por fim, manter a vacinação em dia contra doenças respiratórias, como gripe e Covid-19, também é uma forma importante de prevenção.