Pode demorar 20 anos até que apareça algum sinal da infecção, as manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa
A infecção pelo HPV é silenciosa na maioria dos casos. O Papilomavírus humano pode permanecer no organismo por tempo indeterminado, sem manifestar sinais visíveis a olho nu ou mesmo sintomas internos. Em grande parte dos casos, o próprio sistema imunológico se encarrega de combater o vírus antes do surgimento de sintomas.
Entre as mulheres, a maioria das infecções tem resolução espontânea pelo próprio organismo em um período aproximado de até 24 meses. Mas há casos em que o vírus consegue permanecer no corpo, aguardando eventual baixa de imunidade para provocar o aparecimento de lesões, segundo o Ministério da Saúde.
As manifestações genitais do HPV podem ser discretas, percebidas apenas por meio de exames específicos, como pode haver o aparecimento de verrugas com aspectos de couve-flor, indolores ou com discreto prurido.
Os primeiros sintomas podem aparecer de dois a oito meses após a contaminação pelo HPV, assim como pode demorar 20 anos até que apareça algum sinal da infecção. As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa.
HPV é o nome dado a um grupo de mais de 200 tipos de vírus capazes de infectar tanto a pele quanto a mucosa oral, genital e anal de mulheres e homens.
A depender da persistência da infecção e, principalmente, da capacidade de levar ao desenvolvimento de câncer do vírus, podem se desenvolver lesões que precisam ser tratadas para que não evoluam para tumores ao longo dos anos, sobretudo no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.
A transmissão do HPV geralmente acontece por meio de relações sexuais, seja por meio vaginal, oral, anal ou até mesmo durante a masturbação mútua, sem a necessidade de penetração desprotegida para o contágio.
Além da vacinação, o uso do preservativo interno ou externo durante as relações sexuais é recomendado para a prevenção do HPV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
"O grande problema do HPV é que ele é um vírus silencioso, que pode levar anos para manifestar algum sintoma. E quando você vai ver, você já está com câncer. São casos de câncer que podem ser evitados com a vacinação", afirma a pesquisadora Soraia Jorge, do Laboratório de Biotecnologia Viral do Instituto Butantan, em comunicado.
O vírus pode estar presente na vulva, região pubiana, perineal, perianal ou na bolsa escrotal. A camisinha de uso interno é a mais eficaz para evitar o HPV, por cobrir também a vulva, mas é recomendada desde o início da relação sexual.
O diagnóstico do HPV é atualmente realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de lesão, se clínica ou subclínica. Não há tratamento específico para eliminar o vírus. A terapia para combater verrugas genitais, por exemplo, deve ser individualizada, dependendo da extensão, quantidade e localização das lesões.
O Ministério da Saúde preconiza que crianças e adolescentes de 9 a 14 anos devem receber o esquema vacinal contra o HPV de duas doses.
Adolescentes que receberem a primeira dose dessa vacina entre 9 e 14 anos, poderão tomar a segunda dose mesmo se ultrapassado os seis meses do intervalo recomendado, para não perder a chance de completar o esquema vacinal, segundo a pasta.
Mulheres e homens que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes com câncer na faixa etária de 9 a 45 anos, recebem o esquema de três doses.