O Instituto Butantan negocia com o National Institute of Health (NIH), dos Estados Unidos, a realização de estudos e a possível produção no Brasil da vacina contra a varíola dos macacos, causada pelo vírus monkeypox.
O Brasil é hoje o país com o maior número de mortes pela doença e o segundo em número de casos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O país registra 10 mortes e 9.260 casos da doença, segundo o Ministério da Saúde. Os óbitos foram identificados nos estados de São Paulo (3), Minas Gerais (3) e Rio de Janeiro (4).
De acordo com o Butantan, o possível acordo com a agência de pesquisa médica e braço do Departamento de Saúde e Serviços Humanos norte-americano prevê a transferência de material biológico que permitirá ao instituto ter condições de desenvolver a vacina no Brasil no futuro.
"Estamos apenas aguardando a formalização da parceria com o NIH, para o Butantan começar a criar expertise para uma possível produção da vacina. O objetivo é ter um produto final seguro, com eficácia e imunogenicidade [capacidade de gerar resposta imunológica]", afirma o gerente de Inovação do Instituto Butantan, Cristiano Gonçalves Pereira, em comunicado.
O NIH, considerado o maior centro de pesquisa médica do mundo, pode oferecer o componente biológico para fins não comerciais. Em um primeiro momento, os cientistas do Butantan farão diferentes estudos com o material importado.
"A parceria deve ser encarada como um passo inicial, de estudos, que serão realizados pelo Centro de Desenvolvimento e Inovação do Instituto Butantan, pois temos essa capacidade. A produção terá início após superarmos as primeiras etapas", diz a diretora do Centro de Desenvolvimento e Inovação do Butantan, Ana Marisa Chudzinski-Tavassi.
Segundo o Butantan, com a parceria estabelecida o instituto poderá trabalhar na geração de bancos de células e de vírus, realizar processos de produção e metodologias analíticas essenciais para o desenvolvimento do imunizante contra a doença.
A OMS recomenda a vacinação preventiva para pessoas com vários parceiros sexuais, profissionais de saúde, profissionais de laboratório que manipulam o vírus e que fazem o teste de diagnóstico. A OMS também recomenda a vacinação pós-exposição para quem tiver contato direto com o vírus, preferencialmente dentro de quatro dias após o primeiro possível contato para prevenir o aparecimento da doença.