O Rio Grande do Sul se aproxima da marca de oito mil casos confirmados de dengue em 2022.
Já são 7.982 ocorrências confirmadas no Estado neste ano, segundo o último boletim epidemiológico.
Comparativamente, foram 10.157 registros para a doença em todo o ano passado.
MORTES PELA DOENÇA
Cinco mortes já foram registradas pela doença em 2022, nas cidades de Chapada, Horizontina, Cristal do Sul, Igrejinha e Jaboticaba.
As últimas mortes confirmadas aconteceram com moradores de Cristal do Sul (mulher, 85 anos), Horizontina (mulher, 70 anos), Jaboticaba (mulher, 73 anos) e Igrejinha (homem, 79 anos). Os óbitos ocorreram entre os dias 19 de março e 3 de abril. Antes desses, já havia sido confirmada a morte de uma idosa de 76 anos, residente de Chapada, em 9 de março.
Ano passado, ao todo, o Rio Grande do Sul registrou 11 óbitos pela doença. Contudo, considerando o mesmo período (primeiras 13 semanas do ano), foram três óbitos em 2021 contra os cinco que já tiveram resultado positivo em 2022.
PORTO ALEGRE EM ALERTA
Já a capital gaúcha confirmou 987 casos da doença neste ano, até o momento, uma marca 13 vezes maior do que o número de infectados em 2021, quando 75 ocorrências foram registradas.
Desse total, Porto Alegre apresenta 964 casos autóctones, aqueles contraídos na própria cidade, além dos 23 importados de outras regiões.
"A gente nunca teve tantos casos de dengue como neste ano. E eles continuam aumentando, a gente não teve um 'pico'. Temo que isso só vá acontecer quando chegar o frio persistente", avalia o diretor adjunto da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Benjamin Roitman.
LABORATÓRIOS
A rede de laboratórios registra salto de 300% nos testes de dengue em Porto Alegre. Só nos primeiros 10 dias de abril. O grupo Weinmann fez mais exames do que no ano inteiro de 2021.
INFESTAÇÃO EM 88% DAS CIDADES GAÚCHAS
O Estado possui neste momento 435 municípios considerados infestados pelo Aedes aegypti. É o maior número de cidades nessa situação na série histórica do monitoramento, realizado desde 2000.
100 MUNICÍPIOS COM CASOS AUTOCTONES
O Rio Grande do Sul tem o maior número de municípios com casos locais de dengue em 22 anos.
Os casos de transmissão autóctone já foram observadas em 100 cidades neste ano; dado é o maior da série histórica iniciada em 2000.
Isso significa que duas a cada dez cidades já tiveram transmissão local através do mosquito Aedes aegypti.
Do total de casos autóctones, 68% se concentram em Porto Alegre e outras cinco cidades: Igrejinha, no Vale do Paranhana, Dois Irmãos, no Vale do Sinos, Arroio do Meio e Lajeado, no Vale do Taquari, e Rodeio Bonito, na região Norte.
TENDÊNCIA DE AUMENTO
Segundo a enfermeira, o avanço da doença segue uma tendência de aumento no Brasil. Entretanto, ela aponta alguns fatores específicos que justificam o fenômeno em solo gaúcho.
Um exemplo é o período sem chuvas que obrigou um maior número de pessoas a armazenar água. O uso equivocado do armazenamento, como manter reservatórios abertos, pode atrair a presença do mosquito. Além disso, o período da pandemia possivelmente estimulou a população a deixar de lado as prevenções para outras viroses.
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