Com o número de casos notificados de dengue acima do normal para a época, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) emitiu na segunda-feira (23/1) um comunicado de risco, recomendando aos municípios e à população que reforce os cuidados contra a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
De acordo com o diretor adjunto do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Marcelo Vallandro, foram notificados 202 casos nas primeiras três semanas de janeiro, 59% a mais do que o mesmo período em 2022. Vinte e três das 30 regiões do Estado tiveram casos notificados acima do Limite Superior Endêmico (LSE) dos últimos anos. No comunicado anterior, referente ao período até o dia 14, eram 13 regiões.
"Semanalmente, fazemos a avaliação de como está o cenário. No início do ano, é comum ter aumento de casos de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. O ano de 2022 teve o pior início, totalizando o ano com 66.888 casos confirmados e 66 óbitos”, explicou Vallandro. "Em 2022 tivemos nosso pior ano epidêmico e em 2023 já começamos com casos acima do esperado, o que nos mantém alertas".
Ele apontou que a alta de casos de arboviroses, doenças causadas por vírus transmitidos principalmente por mosquito, vem crescendo em outras regiões e países. "A Argentina emitiu um alerta sobre o chikungunya depois do surgimento de casos no Paraguai. Temos outras partes do país registrando aumento de casos também".
Os comunicados semanais têm o objetivo de alertar os gestores municipais a intensificarem as ações de vigilância e controle do Aedes aegypti, aos profissionais de saúde quanto ao diagnóstico e atendimento em tempo oportuno dos portadores da doença e à população em geral quanto aos cuidados como evitar o acúmulo de água e evitar a contaminação de calhas e caixas d'água.
"Muitas pessoas acham que estes cuidados devem ser feitos uma vez por ano, mas o ideal é toda semana, ao longo do ano todo", explicou Vallandro.
No último dia 18, também foram lançadas pela Secretaria de Saúde, com apoio da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RS (Cosems/RS), ações de enfrentamento ao Aedes aegypti.
No evento, que teve a participação de 80 Municípios, foram anunciadas estratégias como a implantação de sistemas de monitoramento e gestão de informações sobre as arboviroses, um canal permanente para troca de informações entre diferentes áreas técnicas e um novo sistema de monitoramento por meio de armadilhas para ovos (ovitrampas) para monitorar e detectar precocemente a presença e densidade do mosquito.
EM CERRO LARGO
De acordo com o Boletim Informativo Epidemiológico de terça-feira (24/1), emitido pela Secretaria Municipal de Saúde, em Cerro Largo não há casos confirmados, nem suspeitos, de Dengue, Zika ou Chikungunya em 2023.