
Os medicamentos Olire, para o tratamento de obesidade, e Lirux, para diabetes tipo 2 -- ambos desenvolvidos pela farmacêutica EMS -- chegam às farmácias nesta segunda-feira (4/8). Apesar de terem um princípio ativo diferente, as canetas injetáveis, com produção realizada no Brasil, são consideradas concorrentes nacionais de medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, sendo chamadas popularmente de "Ozempic brasileiro".
Tanto o Olire quanto o Lirux são medicamentos à base de liraglutida, o mesmo princípio ativo dos medicamentos Saxenda e Victoza da Novo Nordisk, cuja patente caiu este ano no Brasil. A molécula é classificada como análoga ao GLP-1, um hormônio produzido pelo intestino e liberado na presença de glicose. Ele sinaliza ao cérebro que estamos alimentados, diminuindo o apetite, além de aumentar os níveis de insulina e equilibrar os níveis de açúcar no sangue.
"Olire e Lirux são medicamentos à base de liraglutida, produzidos a partir de uma tecnologia moderna que envolve a síntese química de peptídeos e é pautada nos guias da FDA (agência americana) mundialmente reconhecidos, reproduzindo a cadeia peptídica com alto grau de pureza e rendimento. Essa tecnologia é a que está viabilizando inclusive as novas gerações de hormônios peptídicos", explica Iran Gonçalves Jr., diretor médico da EMS.
A liraglutida, diferentemente da semaglutida (princípio do Ozempic e do Wegovy), requer injeções diárias, com dose máxima de 1,8 mg ao dia (Lirux) -- com embalagens com uma, duas, três, cinco e dez canetas -- e 3 mg (Olire) -- com embalagens com uma, três e cinco canetas.
O tratamento com Olire é indicado para obesidade ou sobrepeso em pacientes com IMC acima de 27, desde que associado a alguma comorbidade, como diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemia (colesterol alto), risco cardiovascular, doenças renais ou coronárias.
Enquanto o tratamento com Lirux é indicado para o tratamento de adultos, adolescentes e crianças acima de 10 anos com diabetes tipo 2, quando dieta e exercício físico sozinhos não conseguem controlar a glicemia.
Segundo estudos clínicos, o Olire possui eficácia média de 8% a 10% de perda de peso ao longo de seis meses a 1 ano. "Embora a liraglutida tenha uma potência menor que a semaglutida (como o Ozempic) e a tirzepatida (como o Mounjaro), ela continua sendo uma opção bastante eficaz para muitos pacientes", avalia Marcio Krakauer, médico endocrinologista cofundador da G7med.
Os medicamentos terão preços sugeridos a partir de R$ 307,26 (embalagem com 1 caneta), R$ 507,07 (Lirux com 2 canetas) e R$ 760,61 (Olire com 3 canetas).
A farmacêutica afirmou que, até o final deste ano, 250 mil unidades deverão estar disponíveis no varejo, chegando a 500 mil canetas até o mês de agosto de 2026.