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Publicado em 22/08/2024 14:45:13

Doenças respiratórias crônicas melhoram com a idade?

Entenda por que crianças têm mais crises e como tratá-las
Imagem meramente ilustrativa (Foto: Freepik)

O desenvolvimento do sistema imunológico e das estruturas anatômicas e fisiológicas das vias aéreas são fundamentais para a redução dos sintomas ao longo da vida

No inverno, estação que tem como característica um tempo mais seco, é comum que os postos de saúde fiquem lotados de queixas por problemas respiratórios. Asma, rinite, bronquite, todas as doenças crônicas parecem atacar ao mesmo tempo e tem um público-alvo preferido: as crianças.

E não é somente impressão que o público infantil sofre mais com esse tipo de problema.

Renato Kfouri, médico pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que as doenças alérgicas têm uma distribuição em todas as faixas etárias, mas, proporcionalmente, as crianças acabam sendo mais afetadas.

"Muitas das crianças chiadoras [com asma e bronquite] vão melhorar com a idade. Ou seja, você tem mais casos dessas doenças por 100 mil crianças se comparado à incidência no público adulto", afirma Kfouri, que também é médico infectologista.

Para entender por que isso acontece, os especialistas pontuam que é preciso considerar os seguintes pontos:
- Desenvolvimento da imunidade;
- Estrutura anatômica e física das vias aéreas;
- Exposição a infecções respiratórias.

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), as doenças respiratórias crônicas tendem a ser de longa duração e são "o resultado de uma combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais".

Apesar de se manifestarem com frequência na infância, o uso de tabaco, sedentarismo e dietas não saudáveis podem gerar complicações nas funções respiratórias ao longo da vida, agravando os quadros dessas doenças.

 

Doenças crônicas em crianças

Magali Santos Lumertz, médica especializada em pneumologia pediátrica e membro da Comissão Científica de Pneumologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), explica que as doenças respiratórias crônicas são bastante comuns na infância por três fatores principais:

1. Desenvolvimento da imunidade
É na infância que o corpo desenvolve o sistema imunológico, responsável por proteger o corpo de infecções causadas pela entrada de microrganismos nocivos à saúde.

Alguns dos anticorpos já estão presentes no organismo desde o nascimento – os chamados anticorpos inatos – e outros são produzidos à medida que a criança tem contato com agentes patógenos.

"Uma criança pequena tem a imunidade em desenvolvimento e ela ainda vai ser testada ao longo do crescimento. Quanto menor a criança, mais vulnerável seu sistema de defesa", analisa Magali.

2. Exposição a infecções respiratórias
Com um mecanismo de defesa menos equipado, os pequenos ficam mais suscetíveis a contrair vírus e bactérias que afetem o sistema respiratório.

Lumertz lembra que a maior exposição a infecções respiratórias pode contribuir para a manifestação de doenças crônicas na infância – como asma, rinite e bronquite.

"Se pegarmos a asma como exemplo, podemos dizer que as infecções respiratórias são um dos principais fatores para desencadear crises", comenta a especialista.

3. Estrutura anatômica e física das vias aéreas
Outro ponto importante é a estrutura anatômica e fisiológica das vias áreas. Isso porque, nas crianças, essas estruturas são muito menores e acabam sendo mais sensíveis, algo que favorece o desenvolvimento de problemas crônicos.

Kfouri explica que, além da resposta inflamatória ser modulada ao longo da vida, essas estruturas também se desenvolvem ao longo dos anos.

"Com a idade, há um maior desenvolvimento pulmonar, além do crescimento do calibre das vias aéreas, o que contribui para a melhora dos quadros", comenta o pediatra.

 

Melhora com a idade

Os especialistas lembram que as doenças respiratórias crônicas não têm, mas podem entrar em um estado chamado de remissão.

A remissão é definida como a redução ou desaparecimento dos sinais e sintomas da doença. Esse processo não pode ser considerado cura porque, mesmo sem sintomas, novas crises podem acontecer.

"São raras as doenças alérgicas em que há um tratamento para cura da alergia. De maneira geral, o tratamento é para o controle da doença", explica Kfouri.

Segundo Magali, a tendência é que, com o desenvolvimento do corpo, as doenças crônicas melhorem com a idade, tanto pelo fortalecimento da imunidade como pelo melhor posicionamento anatômico e funcional das vias aéreas.

Porém, os especialistas reforçam que é importante não negligenciar os sintomas dessas doenças na infância, uma vez que isso pode gerar complicações na vida adulta.

"A falta de atenção a esses sintomas, em casos mais extremos, pode levar à limitação das funções pulmonares e até ao desenvolvimento de uma doença pulmonar obstrutiva crônica na fase adulta", alerta Lumertz.

 

Tratamentos

Apesar de não haver cura para essas doenças, há tratamentos e hábitos que são fundamentais na busca para a redução dos sintomas.

Entre as principais medidas para evitar crises e diminuir os sinais das doenças respiratórias crônicas os especialistas destacam:
- Manter a vacinação contra infecções respiratórias em dia;
- Se alimentar de maneira saudável;
- Fazer exercício regularmente;
- Evitar a exposição ao tabagismo.

Além dos hábitos saudáveis, os tratamentos medicamentosos das crises e de manejos dos sintomas também podem ajudar a remissão a longo prazo das doenças.

"Há os medicamentos de resgate, quando a pessoa não está bem, e os medicamentos de uso contínuo, que são preventivos", compara Kfouri.

O infectologista ainda lembra que, no caso das doenças alérgicas, o controle do ambiente é fundamental e ajuda a prevenir as crises.

"É preciso reduzir a exposição ao que causa crise, com a higiene do ambiente e a identificação e afastamento do que causa alergia", recomenda.

 

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Fonte: G1
alergia
doença respiratória
crise alérgica
rinite
sinusite
asma
bronquite

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