Você abre o armário e encontra um chocolate guardado há meses, do qual nem se lembrava mais — uma surpresa tão boa quanto achar dinheiro no bolso. Só que quando olha a embalagem fechada, percebe que está vencido. E aí, será que ainda dá para comer? A resposta é depende.
Primeiro é importante saber como os prazos de vencimento funcionam no Brasil. Por aqui, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) prefere optar por padrões mais rígidos de controle. No país, é exigido que os itens tragam um prazo seguro para consumo. Depois dessa data, eles não podem mais ser comercializados.
Mas será que esse prazo é mesmo confiável? Quem os define? São os próprios fabricantes, também responsáveis por dar instruções de conservação e armazenamento, bem como declarar essas informações nos rótulos.
Os testes feitos nas fábricas são extremamente criteriosos. Cada tipo de produto demanda uma forma de testar, ou seja, não há um teste geral que possa ser aplicado para verificar a durabilidade de todos os tipos de alimentos.
A conservação também é levada em conta ainda na produção e no embalo. E aí entra algo que confunde muita gente. A data de validade corresponde ao prazo em que o produto é seguro até ser aberto. E, por lei, as organizações devem dizer no rótulo quanto tempo ainda dá para comer depois da abertura.
A conservação é determinante na garantia da qualidade do item. É nesse sentido que não basta o produto estar dentro do prazo. Ele deve ser transportado e armazenado conforme as orientações de quem o fabrica.
Mas, então, posso ou não comer o meu chocolatinho que venceu? Bom, por razões de segurança, o prazo de validade impresso nos produtos geralmente tem uma folga, não sendo tão exato. Então, pode ser que consumir um item não perecível um ou dois dias depois do indicado ali não faça grandes estragos. Por outro lado, não há como garantir segurança.
Os órgãos mais afetados com a ingestão de um produto estragado são o estômago e o intestino. O primeiro pode tentar expelir o que está fazendo mal, levando a enjoos e vômitos. No segundo, podem-se iniciar diarreias, cólicas e gases. Se o quadro evoluir, pode haver inflamação gástrica, desidratação, desmaios e dores de cabeça.