No Brasil, 57% das meninas com idade entre 9 e 14 tomaram as duas doses de vacina contra o HPV, previstas para essa faixa etária. O percentual está bem abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 90% de imunização do público alvo até 2030.
Os dados fazem parte de um estudo da Fundação do Câncer, que utiliza informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) de 2013 a 2020.
Segundo o levantamento, 76% das meninas nessa faixa etária tomaram a primeira dose. A adesão à segunda dose varia entre 50% a 62%, dependendo da região do país.
No Sul, há o maior percentual de vacinação com a primeira dose: 87,8%. No entanto, também está o maior índice de absenteísmo, ou seja, de não comparecimento para a segunda dose: 25,8% de entre meninas e 20,8% de não comparecimento entre meninos. A média nacional de absenteísmo é de 18,4% para elas e 15,7% para eles.
A região Norte é a que apresenta a menor cobertura vacinal para as duas doses: pouco mais da metade (50,2%) das meninas. Entre os meninos, o percentual fica em 28,1%.
A região também é a que registrou a maior média de mortes por câncer de colo de útero entre 2016 a 2020. A taxa de mortalidade ficou em 9,6 para cada grupo de 100 mil mulheres, enquanto, no Brasil, a média foi de 6 óbitos para cada grupo de 100 mil mulheres.
A vacina contra o HPV protege meninas e mulheres contra o câncer de colo de útero. Ela é eficiente em 95% dos casos da doença.
A imunização também ajuda a prevenir câncer de vulva, vagina e boca. Para os meninos e homens, a vacina evita câncer de boca, de orofaringe (câncer de garganta), câncer de boca, de ânus, entre outros.
A vacina está disponível no SUS para todas as meninas entre 9 a 14 anos de idade e para os meninos entre 11 e 14 anos. Também podem contar com a imunização mulheres e homens até os 45 anos que são transplantados, pacientes oncológicos, portadores de HIV.
Para completa proteção contra a doença, a vacina deve ser tomada em três doses. A segunda é aplicada 6 meses após a aplicação da primeira e a terceira dose é aplicada 5 anos depois da segunda dose.
A imunização começou na rede pública brasileira em 2014, para meninas de 11 a 13 anos. A partir de 2017, passou a ser ofertada para meninas a partir dos 9 anos de idade e também para meninos entre 11 e 14 anos.
A vacina previne contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus HPV. Os tipos 16 e 18 respondem por 70% dos casos da doença.
A vacina pode ser adquirida em clínicas particulares pela população em geral. A vantagem maior é conferida a pessoas que não iniciaram atividade sexual. A imunização, no entanto, não dispensa a recomendação do uso de preservativos para a prática sexual.