Anunciada há uma semana, a bandeira preta em todo o Rio Grande do Sul deverá ser mantida. Na ausência de previsão de os dados de contaminação e de ocupação da rede hospitalar recuarem, o caminho será seguir atuando nas restrições.
Nesta quinta-feira, o Governador tem reunião com o Gabinete de Crise, às 9h, para analisar os dados e tentar definir quais serão as próximas estratégias. Na sexta-feira passada, Leite não descartou a possibilidade de medidas mais restritivas, o que, inevitavelmente, irá gerar crises e pressões contrárias.
É verdade também que manter essas regras trará outros desafios, como a questão da fiscalização, que recaiu sobre os Prefeitos, e a de sensibilizar a população, especialmente quando existem tantos conteúdos falsos e com informações equivocadas, que só dificultam a conscientização.
Porém, os dados não deixam de ser alarmantes. Por exemplo, ontem (3), às 18h, a taxa de ocupação de leitos de UTI no Estado era de 100,09%. Há uma semana, quando Leite suspendeu a cogestão com prefeitos no Modelo de Distanciamento Controlado, o índice era de 91,9%. No detalhamento, a ocupação nas regiões Metropolitana, dos Vales e a da Serra ultrapassava a 100%.
Outro ponto é que, no balanço das hospitalizações de ontem, os pacientes de Covid-19 passaram gradativamente a ocupar leitos que, até então, vinham sendo ocupados por pacientes com outras enfermidades. Assim, ao longo dessa semana, a situação não deu sinais de que retrocederá. Ao contrário. Além do aumento no número de óbitos e a ocupação do sistema de saúde que extrapolou a capacidade, foram registradas transmissões comunitárias da variante de Manaus em Porto Alegre, a chamada P1, que tem se mostrado mais agressiva.