O transtorno de ansiedade – como o que afastou o cantor Wesley Safadão dos palcos nessa semana – diz respeito a uma "reação desproporcional" do sistema de alerta do corpo.
É o que explica o psiquiatra Gustavo Estanislau. "O ser humano dispõe de um sistema de alerta que é importante para as pessoas", disse.
No caso, para preparar, por exemplo, para uma prova ou entrevista de emprego.
"Ele nos deixa mais focado e preparado para desenvolver alguma atividade e enfrentar desafios", completou.
Estanislau afirmou que, nos transtornos de ansiedade, a pessoa "começa a ter sinal de alerta mais excessivo frente ao dia a dia".
Além disso, "eventualmente ele pode acontecer sem nenhum tipo de evento que dispare esse gatilho".
Isso gera preocupações excessivas, hesitação, deixa de fazer coisas que gosta, tem postura mais negativa e insegura.
As crises também podem ser de pânico ou não.
No pânico, "elas podem ser agudas, de 5 a 30 minutos, e é comum que tenha que procurar pronto-atendimento, com sensação de morte iminente".
"Nas crises de ansiedade, muitas vezes têm gatilho, quando entra no trabalho, encontra pessoa com a qual não se dá bem, por exemplo, quando há gatilho possivelmente não é crise de pânico", completou.
O tratamento da ansiedade, de acordo com Estanislau, envolve autocuidado, como dormir bem, praticar exercícios físicos, se alimentar bem e fazer psicoterapia.
O psiquiatra explica que a ansiedade acontece frente a coisas que talvez nem se materializem.
Por exemplo: "Na ansiedade, a pessoa pode se preocupar com o trânsito, mas perceber que o tráfego estava normal no final das contas". A ansiedade tem "catastrofização" de coisas que não necessariamente vão acontecer.
Já o estresse é uma "reação a alguma coisa, ou fato".