
Entidades recomendam que o hormônio seja receitado apenas em casos de transtorno do desejo sexual hipoativo
A SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) publicaram nota conjunta restringindo uso de testosterona em mulheres.
Conforme as três entidades médicas, "a prescrição de testosterona deve restringir-se estritamente à única indicação formalmente reconhecida (transtorno do desejo sexual hipoativo - TDSH), após avaliação clínica adequada, sendo potencialmente danosa quando utilizada sem indicação, com base em dosagens isoladas ou com objetivos não terapêuticos".
O comunicado alerta efeitos colaterais alguns com gravidade. "O uso de testosterona fora da única indicação em mulheres aumenta o risco de eventos adversos, incluindo: efeitos virilizantes como acne, queda de cabelo, crescimento de pelos, aumento do clitóris e engrossamento irreversível da voz, toxicidade e tumores de fígado, alterações psicológicas e psiquiátricas, infertilidade e potenciais repercussões cardiovasculares como hipertensão arterial, arritmias, embolias, tromboses, infarto, AVC e aumento da mortalidade, além de alterações de outros exames laboratoriais, como os de colesterol e triglicerídeos".
A nota ainda ressalta que a Anvisa não aprovou nenhuma formulação de testosterona para uso em mulheres e que a agência reguladora também não reconhece "uso de testosterona para fins estéticos, de melhora de composição corporal, desempenho físico, disposição ou antienvelhecimento".